Neste mesmo ano, no dia
vinte e quatro do nono mês, o Senhor falou de novo com
o profeta Ageu. O Senhor Todo-Poderoso
disse: Vá falar com os sacerdotes e peça a opinião deles a respeito da
seguinte questão: Suponham que alguém esteja levando na dobra
da sua capa um pedaço da carne que foi oferecida
em sacrifício a Deus. Então, se a capa tocar num pão, ou num cozido,
ou em vinho, ou em azeite, ou em qualquer outra comida, isso quer dizer que
estas coisas também ficarão puras? Ageu fez a pergunta, e os
sacerdotes disseram que não. Aí Ageu perguntou aos sacerdotes: E, se
alguém ficou impuro por ter tocado num defunto e depois tocar em
qualquer uma daquelas comidas, isso quer dizer que elas também ficam
impuras? Os sacerdotes responderam: Sim! Elas ficam impuras. Então
Ageu disse: O Senhor diz que é exatamente isso o que acontece
com esse povo. Para Deus, são impuros todo o povo deste país, tudo o que eles
fazem e todos os sacrifícios que são oferecidos no altar. O Senhor Deus
diz: Pensem bem em tudo o que aconteceu desde aquele dia. Antes de vocês
terem começado a construção do Templo, o que é que acontecia? Se
alguém ia até um depósito procurando duzentos quilos de trigo, encontrava só
cem quilos; se fosse até o lugar onde se faz vinho querendo cem litros,
encontrava somente quarenta. Eu os castiguei com ventos muito quentes, com
pragas nas plantas e com chuvas de pedra e assim destruí todas as suas
plantações; mas mesmo assim vocês não voltaram para mim. Hoje mesmo,
no dia vinte e quatro do nono mês, vocês acabaram de construir o alicerce do
Templo. E vejam bem o que vai acontecer daqui em diante. Mesmo que
agora não haja trigo nos depósitos, mesmo que as parreiras, as figueiras,
as romãzeiras e as oliveiras não tenham produzido nada, de hoje em diante eu os
abençoarei. Ageu 2.10-19 NTLH
As partes finais do livro do
profeta Ageu, são quase que um resumo de tudo aquilo que já fora tratado nos
capítulos anteriores. Esta longa passagem que lemos aqui tem uma relação direta
com aquilo que já refletimos no capítulo anterior, segundo o qual aquilo que
acontece conosco neste mundo tem relação direta com o nosso relacionamento com
Deus. Sabemos que o problema que motivou a ação de Deus por meio do profeta
Ageu estava intimamente relacionado à falta de consideração do povo judeu na
adoração a Deus. Essa falta de consideração, por sua vez, era a causa das
dificuldades nas colheitas e na consequente escassez de alimentos.
Não obstante, o profeta continua falando em nome de Deus
ao povo. E ele agora faz uso de duas indagações que tinham como objetivo
mostrar os erros do povo em relação à adoração. Ele usa duas prescrições da lei
mosaica sobre o que é santificado e o que é contaminado. O que é santificado
nem sempre é um agente de santificação, mas o que está contaminado, contamina o
que está ao seu redor.
Isto nos mostra
uma lição importante: Muitas vezes também somos assim. Estamos na casa de Deus,
fazemos aquilo que é correto, mas não transmitimos para outras pessoas aquilo
que temos de melhor. Somos omissos no compartilhamento do bem.
Mas o
contrário é bem diferente. A lei dizia que se alguém tocasse em um cadáver
estaria impuro e tudo o que tocasse essa pessoa também ficaria impuro. Isso nos
dá uma ideia da velocidade de propagação do mal em relação à prática do bem.
Esta passagem explica muita coisa sobre o porquê de muitas vezes sermos tão
velozes na prática daquilo que é mal e tão lenientes em relação à comunicação
do Evangelho de Cristo. A verdade é que tendemos para o mal, que pode muito bem
ser representado aqui pelo “cadáver,” e tocamos, a partir dele, em todas as
áreas da nossa vida contaminando-a com a nossa visão de mundo igualmente má.
Esse era
o problema do povo. O mal os contaminou por completo e, por isso, eles estavam
nos pecados da omissão e da negligência para com aquilo que pertencia ao
Senhor; A casa de Deus não havia terminado, a benção do Senhor não estava
estabelecida e o resultado era a pobreza física, social e, sobretudo,
espiritual.
Porém,
Deus promete abençoar o seu povo que agora tinha uma nova disposição.
Aprendemos mais uma lição sobre a fidelidade de Deus: quando o povo confessa e
deixa os seus pecados eles estão prontos novamente para uma nova jornada de fé.
Eles agora tinham poucos recursos e o que tinham estava comprometido com a
plantação da nova safra, mas o Senhor promete que nada lhes iria faltar. O
principal estava garantido e não era o alimento, mas a fidelidade com as coisas
do Senhor.
Uma
última lição podemos extrair aqui. Você segue fiel a Deus, mesmo na escassez?
Certamente aquele povo tinha uma expectativa diferente, mesmo quando tudo o que
viam era ainda a falta. Confiemos na bondade e na promessa de Deus em nossa
vida.