quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Mesmo na sua velhice, quando tiverem cabelos brancos, sou eu aquele, aquele que os susterá. Eu os fiz e eu os levarei; eu os sustentarei e eu os salvarei. Isaías 46.4 NVI


            É muito difícil falar do que não se viveu. Somente aquele que experimentou com toda a sua existência os fatos reais da vida pode expressar o que verdadeiramente sentiu. Não sou ousado o suficiente para falar o que faria se fosse velho. Observe bem! Não disse idoso, mas sim: Velho! Em minha opinião fica mais bonito escrever “velho” do que “idoso” entendo que velho é mais “poético”.

            Pois bem: quando eu ficar velho acredito que vou ver a vida com outros olhos. Não com os olhos do desafio, mas com os olhos do triunfo. Até porque viver todos os anos buscando melhorias na vida e “avançar” na estabilidade financeira, familiar, profissional e etc, me dispensou um tempo enorme. O tempo de toda a minha vida e como sei que agora pouco tempo me resta acredito que vou tentar vivê-lo com mais intensidade.

            Quando ficar velho a maturidade terá seu clímax em minha vida. Vou dar importância àquilo que nunca observei enquanto jovem e perceber com muito mais nitidez as limitações do corpo e da existência. Mas é interessante notar uma coisa: enquanto o corpo geme com suas limitações, o que ouvimos, muitas vezes nos testemunhos das pessoas que alcançaram esse tempo, é que o espírito anda jovem em quando o corpo seguiu seu corpo. Desejo ficar velho assim! Corpo velho e alma jovem.

            Quando ficar velho desejo de coração ver um pouco do legado que espalhei por onde passei em minha vida. As amizades que deixei, as vidas que ajudei, os desanimados que animei, os desconsolados que consolei enfim, a obra que a minha existência semeou desejo vê-la ainda em minha velhice. E as bobagens que falei, as vidas em que tentando ajudar me equivoquei espero sinceramente que seja esquecido no curso do tempo. Até porque estarei velho demais para ter sentimento de culpa e depressão... lembre-se pouco tempo me resta para ficar doente.

Mas acima de tudo, no “por do sol” de minha existência, desejo olhar para trás e ver o quanto Deus foi generoso em me dar muito dias nessa vida e ainda uma eternidade inteira com ele. Enquanto escrevo essas linhas chego a uma conclusão: acho que o sentimento da velhice deve ser um sentimento de estar no “porto” ou na “rodoviária.” Nesses lugares a chegada e a partida são constantes. Assim na velhice: vivem-se as alegrias da vida quando chegam os netos, bisnetos, as descobertas da humanidade, tudo isso traz a alegria da chegada, mas também o sentimento da partida é presente quando meus amigos amados e companheiros de caminhada, meus parentes tão próximos partem em sua caminhada à eternidade até chegar também o meu dia de partir. Espero que isso aconteça quando eu ficar velho.

Pr. Alonso Júnior
Primeira Igreja Batista em Travessão da Barra

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